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Caio Bonfim conquista a prata na marcha atlética em Paris-2024

Aluno do Programa Educacional Atleta Graduado realiza feito inédito na marcha atlética brasileira



Caio Bonfim medalista olímpico é aluno do Programa Atleta Graduado

Caio Bonfim confirmou a esperança do País e conquistou a inédita prata nos 20 km da marcha atlética na manhã desta quinta-feira, 1º, em sua quarta participação em Olimpíadas.


O novo medalhista de prata completou o percurso em 1h19min09. O equatoriano Brian Daniel Pintado levou o ouro com 1h18min55. Alvaro Martin, da Espanha, completou o pódio com 1h19min11.



Aos 33 anos, de Sobradinho/DF, Bonfim vive um dos melhores momentos de sua carreira na marcha atlética. A vaga em Paris-2024 veio logo na primeira competição do ano, com o bronze no Grande Prêmio Chinês de Taicang. Na ocasião, ele completou os 20 km em 1h17min44, recorde pessoal e brasileiro da modalidade.


Seus desempenhos recentes o alçaram ao terceiro lugar do ranking mundial. Na lista, ele fica atrás apenas do espanhol Alvaro Martin, segundo colocado, e de Perseus Karlström, da Suécia, que lidera a classificação mundial.


Em campanhas recentes, Bonfim também tem destaque com os bronzes no Ibero-Americano de 2024 e no Sul-Americano de 2023. Ele também venceu o Troféu Brasil em 2023 e 2024, estes na categoria de 35 km.


Essa é a quarta participação olímpica de Bonfim. Em 2012, o brasileiro estreou no evento aos 21 anos e completou o percurso de 20 km na 37ª colocação. O melhor desempenho até então veio em 2016. No Rio de Janeiro, ele ficou muito perto do pódio e passou pela linha de chegada na quarta colocação, apenas cinco segundos atrás do bronze.


A medalha de prata de Caio Bonfim coroa um trabalho de décadas da família dentro da marcha atlética, além de ser a resposta para o preconceito que a modalidade enfrenta no Brasil.


A sua mãe, Gianetti Bonfim --treinadora da equipe brasileira em Paris--, foi oito vezes campeã brasileira, e era treinada justamente por João Sena, pai de Caio. Com isso, ele cresceu com a marcha dentro de casa. Nunca achou a modalidade estranha ou teve preconceito por "rebolar". Porém, sempre teve que lidar com as brincadeiras de mau gosto dos amigos da mesma idade ou por desconhecidos durante os treinos em Sobradinho, no interior do Distrito Federal.


"Não estamos brincando de rebolar, somos potência, medalhistas olímpicos. Nós somos medalhistas olímpicos. Obrigado ao Brasil e a todos que apoiaram. Nessa prova nós não estamos brincando de rebolar. Nós somos uma potência. Nós somos medalhistas olímpicos", afirmou ele, que chegou até cogitar seguir carreira no futebol.

"Eu fui muito xingado no primeiro dia que marchei com meu pai. Não é me fazendo de vítima. Eu só comecei com 16 anos, porque era muito difícil ser marchador. Eu decidi ser xingado e não ter problema com isso. Difícil não foi a prova de hoje, foi vencer o preconceito", completou ele, que felizmente desistiu dos gramados para seguir os passos dos pais.

O bullying parecia pouco para quem mostrou vontade de viver ainda muito pequeno. Aos 7 meses, Caio foi diagnosticado por teve meningite bacteriana e ficou 15 dias internados. Na sequência, as pernas começaram a entortar. Além disso, ele teve que contornar a falta de cálcio, já que era intolerante à lactose, o que prejudicou o desenvolvimento dos seus ossos.


Aí veio outro obstáculo: meses depois, suas perninhas começaram a entortar. O atleta tinha intolerância à lactose e, por isso, não podia ingerir derivados de leite. Sem a quantidade necessária de cálcio no organismo, o desenvolvimento dos seus ossos acabou prejudicado. Caio passou por uma cirurgia e conseguiu evitar a perda dos movimentos na perna.


A prata de Caio foi a coroação de uma trajetória de superação e de amor da família pela marcha atlética. "Essa medalha que faltava para coroar nosso trabalho de anos e décadas. Felicidade é a palavra máxima", declarou Gianetti após a vitória do filho.


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